segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Segredo para combater a pirataria: fazer jogos melhores


A publicadora Ubisoft iniciou um bocado de controvérsia no ano passado quando ela começou a inserir em seus jogos aquele ridículo DRM, que exige que você esteja online o tempo todo para poder jogar alguma coisa, mesmo em se tratando de jogos single player, como Assassin's Creed.

Para variar, é um método anti-pirataria que ferra só com quem realmente compra os jogos originais, porque se a conexão cai, você perde todo o seu progresso. Entretanto, alguns piratas hackers bem inteligentes conseguiram burlar esse DRM facilmente, e ainda deixaram um recadinho para a Ubisoft:
"Obrigado Ubisoft, esse foi quase um desafio para nós, mas nada impede a força líder de fazer o que fazemos. Na próxima vez, foquem no jogo, e não no DRM. Provavelmente isso foi horrível para os usuários legítimos que compraram o original. Nós apenas tornamos suas vidas mais fáceis."
Será que a Ubisoft deveria dar ouvidos aos piratas? Publicadoras tem passado as últimas duas décadas pensando em novos modos de combater a pirataria. As vezes um DRM estraga um jogo justamente para os usuários legítimos, enquanto promovem apenas uma pedrinha no caminho dos piratas.

Gabe Newell, líder executivo da Valve, diz que as publicadoras andaram para trás. Elas deveriam usar a cenoura, e não a vara, e recompensar as pessoas por fazer a coisa certa.
"O jeito mais fácil de combater a pirataria não é pondo tecnologias anti-pirataria nos jogos. è dando às pessoas um serviço que é melhor do que o oferecido pelos piratas."
Ou seja: foquem nos jogos, e não no DRM.

Os planos da Ubisoft não estão funcionando. Mesmo tomando essas medidas desgraçantes, a companhia diz que 90% das pessoas que jogam seus jogos estão jogando ilegalmente.

Mas quantas pessoas só se usou de pirataria para evitar o DRM? Quantos desses piratas podem ter realmente comprado os jogos originais, como o Assassin's Creed II, se eles pudessem ter a escolha de jogar sem se conectar à internet? As mesmas pessoas que dizem que os russos pirateiam tudo, por exemplo, são as  mesmas pessoas que esperam 6 meses para lançar seus produtos na Rússia.

Se o cara tem uma internet péssima, ou se ele quiser jogar Assassin's Creed II dentro de um avião, por exemplo, ele tem que ser forçado a baixar um crack?

Gabe Newell, que também administra o Steam, insiste que de fato este é o caso: jogadores buscam pirtas por conveniência, e não por problemas financeiros.

Apesar da quantidade de pirataria na Rússia, Newell diz que a Valve transformou a Rússia em um do seus maiores mercados.

Steam revolucionou a forma como as pessoas compram e jogam. Não é apenas uma loja digital. Steam encoraja seus clientes a comprar jogos, compartilhar com os amigos e competir online por conquistas. Para esses jogadores, se tornou mais divertido comprar jogos do que pirateá-los.

Muito do sucesso da Valve vem da sua boa vontade em quebrar a tradição. De acordo com Newell, todos os passos que a empresa toma é cuidadosamente pesquisado e planejado, guiado pela imensa quantidade de dados de clientes que eles minam todos os dias.

"Nós nos utilizamos do privilégio de estarmos conectados a 30 milhões de usuários para medir as consequências de tudo que fazemos," Diz Newell, que destacou também que qualquer publicadora pode fazer uso de seu serviço Steamworks para consultar esses dados sobre como os clientes estão se comportando, e então, agir de acordo.

Se as publicadoras de PC mergulharem nesses dados, ou simplesmente começar a perguntar a qualquer um nas ruas, eles vão descobrir o que Newell fez: piratas de jogos querem gastar o seu dinheiro em experiências melhores.

Enquanto houver pássaros no céu e fios no seu computador, haverá pirataria na internet. Não tem jeito de lutar contra isso, é simples assim. Não tem. Mas fazendo o uso de recompensas positivas ao invés de punições, as publicadoras podem não apenas impedir o trabalho dos piratas, mas convertê-los em clientes.

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